É preciso começar a perder a memória, para perceber que é esta memória que faz toda a nossa vida.Uma vida sem memória não seria uma vida... Nossa memória é nossa coerência, nossa razão, nossa ação, nosso sentimento.
Sem ela, não somos nada.
— Luis Buñel

Em Algum Lugar do Paraíso — Luis Fernando Verissimo

Bom dia!

Hoje estamos publicando um livro do escritor Luis Fernando Veríssimo, famoso por seus textos de humor e pelas sátiras de costumes que publica em jornais de grande circulação.

Em Algum Lugar do Paraíso, o qual reúne 41 crônicas, Veríssimo, repete a fórmula já consagrada em seus trabalhos: a de abordar situações cotidianas onde o leitor se depara com personagens que possuem as mesmas inquietações, tão comuns a todo ser humano.

A primeira crônica — que traz o mesmo título do livro — tem início com uma passagem engraçada protagonizada por um Adão sereno, vivendo no eterno paraíso, sem passado, nem futuro, sem datas e preocupações até que aparece Eva:

[…] mas feliz era Adão, o primeiro homem. Não porque estava no jardim do Paraíso, com tudo em volta para saciar sua fome e sua sede, mas por que vivia num eterno presente, num eterno domingo.

O que vinha depois da passagem da sombra da noite não era o dia seguinte, era o mesmo dia, ou até o dia anterior, quem se importava? Adão, sozinho no Paraíso, era um homem feliz porque era um homem sem datas.

Mas quando Deus colocou Eva ao lado de Adão, a primeira coisa que ela perguntou, só para puxar assunto, foi: “Que dia é hoje?”, e ele sentiu que sua paz terminara

Ele era um homem com um ontem e um amanhã, e um futuro estendido à sua frente... e o tempo não foi a única novidade trazida por Eva ao jardim do Paraíso...

Colheu o fruto proibido, que os tornou, de uma só mordida, sexuais e mortais... E  depois de comer o fruto proibido, quando a Terra entrou na sombra da noite e os dois se deitaram lado a lado, que Adão sentiu  […]

E seguem outras cronicas, como a que se depara consigo mesmo, aprovado num concurso público em meio a tantos questionamentos possíveis: se não tivesse passado, se tivesse casado com a Doralice e assim por diante e, ainda a do homem entra em um bar e começa a imaginar o que teria sido de sua vida se ele tivesse feito um teste para jogar no Botafogo ou se tivesse, de fato, se tornado um jogador, ou mesmo se houvesse feito ou não aquele gol…

E, sem contar do encontro do dono de uma taberna, e um homem capaz de multiplicar peixes e pães, e transformar água em vinho...Bem, o leitor já pode imaginar o que virá: uma parceria???
Fácil, o homem só entraria com o seu dedo milagroso, e em troca teria direito a 20% do faturamento da venda… O homem aceitou?
É só clicar aqui e se divertir com o desfecho deste texto e de outros.

Uma boa semana cheia de reflexões sem culpas ou estigmas!!!
Iolanda e Wilson